Alimentação materna e a formação das preferências alimentares das crianças

Aqualidade alimentar materna é comumente associada à evolução do desenvolvimento fetal, mas ultimamente também tem sido relacionada ao início das escolhas alimentares.

Uma revisão publicada na Nutrition Reports reuniu evidências sobre a relação entre a dieta materna durante a gestação e lactação e aspectos como preferências alimentares, nos padrões alimentares da criança.

O corpo de dados mostrou que a ingestão alimentar materna pode ser capaz de moldar as escolhas alimentar dos filhos ainda no útero.

Um dos trabalhos apontados revelou que a maior ingestão materna de vegetais durante a gravidez e a lactação prediz maiores preferências e ingestão de vegetais por parte da criança.

Um dos mecanismos descritos é que através do líquido amniótico e posteriormente com o leite materno, há a transferência de informações ao feto quanto ao sabor e até mesmo cheiro, caracterizando o início do contato aos sabores, através da formação do sistema sensorial.

A mãe é primeiro ponto de contato do bebê, e participa de boa parte das refeições dos filhos e, ainda, do estabelecimento do ambiente alimentar e comportamental em que a criança está inserida.

Porém, deve-se considerar que há uma variedade de mecanismos capazes de moldar as preferências de sabor durante a infância, como o ambiente social e o hábito alimentar familiar.

Mais pesquisas acerca da temática são necessárias para estabelecer os pontos que facilitam ou dificultam a tradução das preferências para os padrões alimentares posteriores e os resultados no peso durante a infância.


Vale lembrar que a gestação é um marco importante na formação de preferências alimentares e que um bom acompanhamento nutricional é essencial não apenas à saúde intraútero, mas como uma preparação para a vida extrauterina.

Referência:
Ventura et al. Current Nutrition Reports; 10: 413–426, 2021.

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