Obesidade e saúde cardiometabólica: padrão alimentar vegetal

Em todo o mundo, a incidência de sobrepeso e obesidade na população é crescente, bem como de doenças cardiovasculares – uma das principais causas de mortalidade no Brasil e em vários outros países. Diante desse cenário, estratégias precisam ser direcionadas, visando a prevenção em nível de saúde pública. Dentre tais ações, mudanças no perfil de alimentação e estilo de vida são cruciais para redução dos riscos das doenças crônicas não transmissíveis e, nesse sentido, alguns estudos têm mostrado o potencial de dietas baseadas em vegetais, como as veganas e vegetarianas.

Uma revisão sistemática incluiu 84 ​​artigos que investigam a eficácia de dietas veganas, vegetarianas e dietas plant-based no tratamento da obesidade, hiperlipidemia, resistência à insulina, controle glicêmico, diabetes tipo 2, DCV e hipertensão. O artigo analisa o impacto de cada um dos três padrões de alimentação nos vários resultados de saúde listados acima. No geral, os resultados confirmam que todos os três tipos de dieta reduzem o peso corporal em maior medida do que dietas onívoras saudáveis, incluindo as recomendadas pela American Heart Association (AHA), American Diabetes Association e o programa National Cholesterol Education e, em alguns estudos, tiveram um desempenho melhor na comparação com a dieta com restrição calórica.

Com base nos resultados, os autores apontaram que as recomendações na prática clínica devem incluir uma dieta baseada em vegetais composta principalmente de alimentos vegetais integrais, os quais possuem menores teores de gorduras totais e saturadas e maiores níveis de gorduras poli-insaturadas, como o ômega-3, além da presença de compostos bioativos anti-inflamatórios e antioxidantes, fundamentais para a saúde cardiometabólica. Por outro lado, produtos com farinha refinada, bebidas açucaradas e alimentos de origem animal como carne e frango de criação industrial e carnes processadas devem ser limitados.

Aceitando que há necessidade de mais estudos randomizados de alta qualidade, os autores também sugerem que “pacientes com diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares devem ser informados sobre a potencial reversibilidade ou pelo menos a interrupção da progressão dessas doenças com uma modificação abrangente do estilo de vida que inclui padrões alimentares predominantemente vegetais”.

Referência bibliográfica:
Remde et al. Nutr Rev; 80(5):1094-1104, 2022.

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